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Cristo, o Verbo Eterno

    "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez."

    João 1:1-3 NAA

   Nessa pequena introdução do evangelho do apóstolo João, nós somos levados para um tempo antes da existência de tudo e todos, para a eternidade onde o Verbo já existia em glória inefável. "No princípio era o Verbo", Ele não teve um começo, aqui podemos enxergar a pré-existência absoluta de Cristo. Antes de Genesis 1, antes que os montes fossem formados, antes que as estrelas brilhassem no firmamento, o Verbo já estava lá, estava em comunhão perfeita com Deus Pai. Essas afirmações não são achismos, se Cristo não fosse eterno, não poderia ser Deus, e se não fosse Deus, como poderia ter suportado tudo? Como poderia ter vivido uma vida sem pecado? Como poderia ter suportado o que era nosso?
    O entendimento disso se amplia quando lemos que o Verbo "estava com Deus". O que vemos aqui não é algo que diz somente de proximidade, de estar em um mesmo ambiente, mas expressa uma relação pessoal, íntima e distinta dentro da própria Divindade. O Pai e o Filho, embora um em essência, ou seja, Deus, são pessoas distintas em uma comunhão perfeita que transcende nossa compreensão, um é Filho e o outro é Pai. E ainda mais surpreendente é a afirmação que segue: "e o Verbo era Deus". Aqui, a linguagem humana se esforça para expressar o inexprimível: Aquele que estava com Deus também é, Ele mesmo, Deus. Não é um Deus de segunda categoria, não é um deus menor, mas o próprio Deus verdadeiro, pleno em majestade e poder.
    Essa verdade tem implicações imediatas para nossa compreensão da criação. O texto prossegue dizendo que "todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez". Nenhum átomo do universo veio à existência sem o poder e a ordem soberana do Deus soberano. Os céus proclamam Sua glória, e a terra anuncia Sua sabedoria, porque tudo foi criado por Ele e para Ele. Isso significa que cada respiração, cada batida do coração, cada movimento das estrelas existe porque Cristo, o Verbo eterno, sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder. Negar Seu senhorio é viver em contradição com a própria estrutura da realidade.
    Não há espaço para neutralidade. Se Ele é o Criador, então somos Suas criaturas, se Ele é o Senhor, então nossa única resposta adequada é a submissão. O pecado, em sua essência, é a tentativa do homem de viver como se Deus não fosse Deus, como se o Verbo não tivesse direito sobre nós. Mas a Escritura nos confronta: "Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". Nossa rebeldia nos separou dEle, e só há um caminho de volta: o arrependimento. Reconhecer que Cristo não apenas existia no princípio, mas que Ele é o princípio e o fim de todas as coisas.
    Aquele que criou todas as coisas também entrou na criação, tornando-Se carne para redimir os que estavam perdidos. O Verbo eterno, que chamou o universo à existência, humilhou-Se a Si mesmo, deixou a sua glória, assumindo a forma de servo para nos reconciliar com o Pai. Isso nos lembra que a verdadeira teologia nos leva ao encontro de uma Pessoa, Jesus. Conhecer a Cristo como o Verbo de João 1:1-3 é conhecê-Lo como Senhor absoluto, Salvador suficiente e Rei digno de toda adoração.
    Portanto, meu querido amigo, que esta verdade não seja apenas uma leitura para você, mas o fundamento da sua vida. Que cada dia seja vivido sob o reconhecimento de que Cristo é Deus, e nós sequer somos dignos de atar a alça da sandalha de Seus pés. Reconheça que Ele é o Criador, e nós, a obra de Suas mãos. Então nos humilhemos diante dEle em adoração, obediência e amor, até o dia em que O veremos face a face em toda a plenitude de Sua glória.

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